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IDADE NÃO É BARREIRA: O ETARISMO NO TRABALHO APÓS OS 60 ANOS E A VALORIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA
Este artigo aborda o etarismo no mercado de trabalho e reflete sobre os desafios e oportunidades para quem deseja ou precisa continuar trabalhando após os 60 anos. Traz uma análise do preconceito por idade, explica os direitos que a legislação brasileira garante aos idosos trabalhadores e aponta caminhos para combater a discriminação e valorizar a experiência da maturidade. É um convite à reflexão e à ação por uma sociedade mais justa e inclusiva.
Rosemeire Rodrigues Silva
10/7/20253 min read
Envelhecer não deveria ser sinônimo de invisibilidade, ainda mais no mundo do trabalho. Muitos são os idosos que desejam — e precisam — continuar ativos, não apenas por necessidade, mas por paixão e propósito. No entanto, enfrentam preconceito velado, discriminação e a falsa crença de que “quem já passou dos 60 não tem mais valor produtivo”.
Esta será a realidade de muitos até que sejamos uma sociedade que respeita o tempo, que valoriza a trajetória e que reconhece que experiência é capital. Na próxima semana, convido você a entender como o Brasil (ainda que com falhas) garante direitos aos idosos trabalhadores, por que o etarismo persiste e como podemos construir um novo paradigma onde envelhecer e trabalhar caminhem juntos com dignidade.
Etarismo: conceito e impacto real
O etarismo — ou ageísmo — é o preconceito contra pessoas em razão da idade, sendo um dos últimos “ismos sociais” menos debatidos. Quando aplicado ao trabalho, manifesta-se em entrevistas que não consideram candidatos mais velhos, promoções bloqueadas “porque já está próximo da aposentadoria”, ou até demissões por discriminação velada.
Esse tipo de preconceito tem efeito devastador: priva o idoso de renda, autoestima, propósito e dignidade. E reforça um ciclo de exclusão.
Mas não é só isso: o mercado também perde, porque deixa de aproveitar quem já traz experiência, resiliência, capacidade de mentoria e estabilidade emocional. Muitos profissionais com mais de 60 anos ainda têm muito a oferecer — e querem continuar contribuindo.
Os direitos legais garantidos ao idoso trabalhador
Embora o etarismo seja um desafio cultural, o Brasil possui normas que amparam quem quer seguir atuando nos anos mais maduros:
Princípio da Igualdade (CF/88): a Constituição veda discriminação por idade, garantindo que nenhum cidadão tenha seus direitos limitados em razão da idade.
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003): assegura, entre outras coisas, prioridade nos processos, proteção contra discriminação e punição a maus-tratos.
Direitos trabalhistas gerais: aposentadoria, benefícios previdenciários, FGTS, férias, 13º, estabilidade (quando aplicável), conforme o regime de contratação.
Flexibilizações legais e regimes especiais (em determinados casos de servidor público ou regimes específicos) que permitem adaptação da jornada ou escalonamento de atividades com menos desgaste físico.
Possibilidade de conciliar aposentadoria + trabalho: o idoso pode se aposentar e ainda continuar exercendo atividade remunerada, respeitando limites de rendimentos (quando houver), sem perder o benefício.
Proteção contra demissão discriminatória: se ficar comprovado que a demissão ocorreu com base em preconceito de idade, o trabalhador pode requerer reparação judicial.
Caminhos para enfrentar o etarismo e valorizar o trabalho na maturidade
A legislação é um norte, mas a mudança verdadeira vem do agir coletivo e individual:
Reeducação cultural: campanhas de conscientização nas empresas para valorizar diversidade etária.
Treinamentos intergeracionais: misturar jovens e mais velhos em equipes para promover troca de experiência.
Aprimoramento contínuo: o idoso que se atualiza, estuda novas tecnologias e se adapta, demonstra que quer estar ativo.
Negociação de jornada: propor regimes de trabalho mais adaptados (meio período, consultorias, freelance).
Assessoria jurídica preventiva: garantir contratos justos, evitar cláusulas discriminatórias e estar preparado para reivindicar direitos.
Se cada trabalhador maduro souber seus direitos e estiver legalmente amparado, e se as empresas abrirem espaço para essa valorização, poderemos trilhar um caminho onde envelhecer no trabalho seja um ato de dignidade, não de limitação.
Conclusão
No dia 1º de outubro celebramos o Dia Internacional do Idoso, mas essa data merece ir além de comemorações: deve inspirar ações concretas em nosso dia a dia. Que possamos enxergar cada idoso não como alguém “a menos”, mas como um agente valioso, repleto de experiência e sabedoria, capaz de contribuir de maneira significativa para a sociedade.
Se você, ou alguém que você conhece, está acima de 60 anos e sofre discriminação no trabalho, ou quer conhecer como combinar aposentadoria com atividade remunerada de forma segura, entre em contato comigo. Posso orientar juridicamente para que essa fase da vida seja marcada por respeito, oportunidades e realização profissional.
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